sábado, 20 de outubro de 2012



“Siré Obá - A Festa do Rei”  
se apresentará gratuitamente em 8 cidades do interior baiano
As sessões acontecem de 3 a 25 de novembro, aos sábados e domingos, nos terreiros de candomblé de cada município



foto: Jô Stella | Divulgação


Após levar o espetáculo “Siré Obá - A Festa do Rei” a diversas Comunidades de Santo de Salvador e apresentar-se em vários palcos, mostras e festivais, o NATA - Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas, faz temporada gratuita em terreiros de candomblé de 8 cidades no interior da Bahia, durante o mês de novembro.

As apresentações, que passam pelas cidades de Catu, Feira de Santana, Alagoinhas, Dias D´Avila, Inhambupe, Santo Amaro, Simões Filho e Cachoeira, acontecem aos sábados e domingos, sempre às 16h, de 3 a 25 de novembro.

O NATA inspira-se nos orikis (poesia em exaltação aos orixás) e usa teatro, dança afro e música para mostrar a beleza e a filosofia do culto às divindades africanas, tendo como objetivo desmitificar preconceitos e combater a intolerância religiosa. Unindo religião e arte, a peça segue a sequência das músicas cantadas e tocadas para os orixás nos rituais do candomblé, celebrando, junto com espectador, os feitos dessas divindades.

Desde a sua primeira temporada em 2009, Siré Obá recebeu três indicações ao Prêmio Braskem de Teatro: Melhor Espetáculo, Revelação (para a então estreante diretora Fernanda Júlia) e Especial (pela direção musical de Jarbas Biittencourt), categoria da qual saiu vencedor.


O Grupo
O Nata – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro - foi fundado em 1998, na cidade de Alagoinhas (Bahia), e vem realizando espetáculos e atividades culturais que discutem, divulgam e valorizam a cultura afrodescendente. Seus projetos possuem como eixo norteador a história, cultura e religiosidade afro-brasileira e têm como objetivo a desmitificação de preconceitos que povoam histórica e culturalmente o imaginário coletivo da sociedade, resultado de um processo de colonização e racismo. A direção artística do NATA é de Fernanda Júlia Barbosa, graduada em Direção pela Escola de Teatro da Ufba, pesquisadora da cultura afro-brasileira com foco no candomblé. Entre os espetáculos do Nata destacam-se: Senzalas, A Eleição, Ogum - Deus e Homem, e Pavio Curto.  A produtora responsável é Susan Kalik, da Kalik Produções Artísticas.



Serviço:
Temporada de Siré Obá - A Festa do Rei nos terreiros de candomblé do interior da Bahia

03/11 (SÁBADO) – 16H
Cidade: CATU
Ylê Axé: TERREIRO ASSOCIAÇÃO YLÊ ASÉ OYÁ DEMIR
Endereço: Rua das Acácias n 123 – Planalto II - Catu -
Contato: (71) 3641 2098


04/11 (DOMINGO) – 16H
Cidade: FEIRA DE SANTANA
Ylê Axé: YLÊ AXÉ IJI FAROMIM
Endereço: Rua Parque Pitomba n 40, Bairro Campo Limpo – Feira de Santana
Contato: (75) 8148 6389


10/11 (SÁBADO) – 16H
Cidade: ALAGOINHAS
Ylê Axé: YLÊ AXÉ OYÁ LECI CONGO
Endereço: Rua Bahia n 220 – Jardim Petrolar - Alagoinhas
Contato: (75) 3422 6676/ 9971 4837


11/11 (DOMINGO) – 16H
Cidade: DIAS D´ÁVILA
Ylê Axé: YLÊ AXÉ YÁ DELMIN
Endereço: Rua do Botafogo n 732 – Dias D´ávila
Contato: (71) 3625 4663/ 3625 6803


17/11 (SÁBADO) – 16H
Cidade: INHAMBUPE
Ylê Axé: TERREIRO DOS FILHOS DE KANBARANGUANJE
Endereço: Povoado do Mandacaru – Zona Rural - Inhambupe
Contato: (75) 9978 5734/ 3431 2758


18/11(DOMINGO) – 16H
Cidade: SANTO AMARO
Ylê Axé: YLÊ AXÉ IGBALÉ
Endereço: 4 Travessa Caixa d´água Beco de Rubem s/n – Santo Amaro
Contato: (75) 3241 39 74


24/11 (SÁBADO) – 16H
Cidade: SIMÕES FILHO
Ylê Axé: YLÊ AXÉ OJU YÁ OMIM


Endereço: Rua da Escola km 10  n 49 Palmares  - Simões Filho



25/11 (DOMINGO) – 16H
Cidade: CACHOEIRA
Ylê Axé: TERREIRO OYÁ MUCUMBI FILHO DE KAFUNGELÊ
Endereço: Rua: Berço da Levada – Geraldo Simões – S/N Santo Amaro
Contato: (75) 3425 1342


quarta-feira, 17 de outubro de 2012


NATA
 NÚCLEO AFROBRASILEIRO DE TEATRO DE ALAGOINHAS
COMEMORA 14 ANOS EM 17 DE OUTUBRO DE 2012



Laroyê!!!!!


Olá a todas e todos.

Hoje o dia amanheceu chuvoso e uma fresca tocou meu rosto de leve. Chuva é axé, água é vida, é força, é movimento, é Exú, as Yabás e a essência da vida.

Hoje o NATA comemora 14 anos de vida, de trabalho, de sonhos e realizações. Mais uma lua, mais um odu, mais um ciclo.

Quero publicamente agradecer a todos que colaboram e que fazem do NATA o que ele hoje é.

Arte, resistência negra, força propulsora da arte do interior da Bahia. Um grupo com perspectivas de crescer, amadurecer e não se perder nos celebridismos da vida.

Desejo a todos que fazem e fizeram parte da história do NATA muito axé! Que Exú, Omolú e Yemanjá nos abençoe e nos conduza sempre para o caminho da arte, da superação e do sonho!!!

Axé e Adupé!!!!

Fernanda Júlia



terça-feira, 16 de outubro de 2012



Siré Obá realizou 02  apresentações no FIAC 2012.
Casa cheia na Arena do SESC Pelourinho 
e no Centro Cultural Alagados.




O público compareceu e celebrou com as apresentações de Siré Obá, a Festa do Rei, nos dias 6 e 7 de outubro, pelo FIAC - Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia.


As apresentações aconteceram na Arena do SESC Pelourinho e no Centro Cultural Alagados. Através do teatro, música, poesia e dança afro, o espetáculo dirigido por Fernanda Júlia, remonta uma celebração do candomblé e pretende mostrar a beleza e a filosofia do culto aos Orixás, desmitificando preconceitos e combatendo a intolerância religiosa. Nesse espetáculo-festa os espectadores são convidados a celebrar a grandeza e feitos das divindades africanas que compõem o universo Yorubá.


Baseados na pesquisa cênica de “ativação do movimento ancestral”, o espetáculo foi construído através do teatro físico-ritual e homenageia essas divindades e todas as Comunidades de Santo que mantiveram viva essa herança.



Outra grata surpresa foi a participação de jovens do projeto Mediação Cultural do FIAC,  é uma ação artística e educacional, que dá oportunidade aos educandos e educadores de escolas públicas, ONG e comunidades populares não apenas de assistir aos espetáculos, mas também participar de um conjunto de atividades formativas realizadas antes, durante e depois das apresentações.


No Centro Cultural Alagados, a alegria foi ver a participação de muitas crianças na platéia. Elas cantaram e se encantaram com o espetáculo. Em Março do próximo ano, o NATA começa a ensaiar seu novo projeto EREMIM, um espetáculo infanto-juvenil que falará com as crianças sobre africanidade e ancestralidade.


Obrigada ao público que nos prestigiou. Obrigada ao FIAC.












sábado, 6 de outubro de 2012









“O Brasil tem uma dívida enorme com as culturas negra e indígena no que tange ao seu espaço na construção da autoimagem do povo brasileiro”, cobra a diretora de Siré Obá – A Festa do Rei, em cartaz na programação do Fiac. Primeiro espetáculo profissional do Nata – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro, que completa 15 anos, e elaborado a partir de poesias em exaltação aos orixás, Siré Obá leva para teatros, terreiros e espaços públicos o discurso estético-político do grupo.   


Por Joceval Santana

Siré Obá primeiro levou o ambiente e estado de imersão do candomblé para o teatro e depois fez o caminho contrário, realizando apresentações em terreiros. Como foi essa via de mão dupla? Como o sacro e o cênico se contaminaram?
Siré Obá nasceu desse desejo de deixar mais nítida essa relação do teatro com o sagrado. O teatro nasceu do ritual, do encontro do humano com o divino. No caso do espetáculo, a necessidade urgente de mais e mais ações de valorização, da divulgação da herança afro-brasileira e de combate à intolerância religiosa nos levou a construir um espetáculo que mostrasse ao público a grandeza e a beleza do candomblé, tanto aos adeptos do candomblé como, principalmente, aqueles que nunca tiveram nenhum contato. Citando Bertolt Brecht, entendemos que “tudo é uma construção” e que todo intolerante é antes de tudo um ignorante e que o desconhecimento sobre o candomblé e toda a herança racista eurocêntrica e cristianizada construíram no imaginário das pessoas um olhar enviesado e deturpado sobre as religiões de matriz africana no Brasil e no mundo.  Assim sendo, construir um espetáculo que coloque dentro do espaço teatral essa herança africana foi um ato artístico-estético-político. Ainda dentro do processo de montagem, também entendemos que a comunidade de axé não se vê representada nos espaços midiáticos, seja no teatro, TV, cinema, dança etc… O seu fazer, a sua cultura e a beleza de sua história não aparecem nos espaços consagrados como importantes pela sociedade. Realizar o Siré tanto no teatro como nas comunidades de axé é colocar em cena a história, a cultura, os mitos e a beleza desse povo afrodescendente que, por motivos vários, está à margem e que tem direito de ser representado nos espaços construtores da imagem e do referencial histórico da sociedade. Por isso, acredito que o sacro e o artístico já nasceram contaminados, levando-se em consideração a carga cênica e dramática inerente às religiões de matriz africana e a vocação ritualística do teatro.

E as apresentações em espaços públicos? Qual é a intenção?
Ampliar a discussão, o acesso à arte, divulgar a herança ancestral africana, ocupar os espaços de poder com a história de milhões de negras e negros que construíram o que chamamos de Brasil. Dividir o axé, intensificar o axé (entendendo axé como a força primordial propulsora da realização da vida) e combater a intolerância religiosa. Colocar nos espaços públicos uma história que é do povo, feita pelo povo e que é pulsante e viva em cada comunidade de candomblé deste país.

Siré Obá é o trabalho de maior repercussão do Nata. Como você o situa na trajetória do grupo, que nasceu há quase 15 anos?
O Nata nasceu em Alagoinhas. O Siré Obá nos revelou para Salvador, que infelizmente ainda acredita que no interior do estado não há nada de relevância artística. É um espetáculo completamente alagoinhense, sua realização e estréia se deu no Ylê Axé OyáL’adêInan, comunidade de axé na qual sou yakekerê (mãe pequena), onde minha mãe é a ialorixá Mãe Rosa de Oyá, feito por atores e artistas de Alagoinhas em intercâmbio com artistas de Salvador. O Siré Obá foi nosso primeiro espetáculo profissional, ele é nossa verticalização político-estética e a tradução da busca do discurso do Nata e da arte que queremos fazer no interior do estado. É um espetáculo que reuniu uma gama de artistas e um profundo intercâmbio profissional que deita por terra a ideia de que o fazer artístico do interior é irrelevante.

Por que você optou em seguir a liturgia dos terreiros, utilizando a mesma sequência de cantos e toques das cerimônias religiosas?
O Siré Obá segue a sequência dos rituais públicos das comunidades de axé da Bahia. Essa foi uma estratégia para estabelecer a comunicação, para abrir a recepção do espectador. Mas gosto sempre de enfatizar que o Siré não é uma reprodução literal do ritual do candomblé, mas uma inspiração. O espetáculo tem sua dramaturgia toda construída nos orikis (poesias em exaltação aos orixás). Essa opção se deve também ao fato de ser um espetáculo-festa, uma celebração e uma homenagem aos orixás e nada mais justo do que celebrar com um siré obá, pois que siré significa festa.

O que solicita dos atores em Siré Obá? Imersão ou representação?
Não há representação no Siré, há um mergulho profundo e vertical do encontro do ator com a sua identidade ancestral afro-brasileira, desse indivíduo com o orixá. O ator é solicitado a realizar um mergulho em si mesmo, na sua ascendência, na história da sua família e na ancestralidade do povo brasileiro.

A intenção de dar um formato cênico-dramatúrgico às histórias da cosmologia afro-brasileira lança mão de quais elementos (recursos)?
O Siré  Obá não trabalha com os itans (histórias da cosmologia) e sim com as poesias em exaltação às divindades (orikis) e isso é um detalhe que muda muita coisa, pois a poesia por si só traz uma musicalidade, uma força imagética e uma potência vocal singular. No caso do Siré, a música, a força da palavra, a imagem e a dança foram elementos fundantes na concepção do espetáculo.

O Nata nasceu também com uma orientação política, o engajamento no combate ao preconceito e à intolerância religiosa. Como você avalia a situação atual na Bahia do povo de santo?  
A comunidade de axé está mais atenta, com a autoestima mais elevada e enfrentando o racismo com força e dignidade. Porém ainda é muito forte a intolerância, a discriminação. O racismo e tudo isso é resultado da má qualidade da educação brasileira, que ainda reproduz os valores do colonizador. A intolerância religiosa é uma máscara do racismo brasileiro que se camufla para segregar e eugenizar a cultura brasileira.

O Nata sofre algum preconceito na classe artística?
Muito e de todos os tipos, não só da classe artística, como da classe empresarial que não apoia o espetáculo para não associar a sua marca ao candomblé, ou seja, à cultura negra. Ainda tem muita gente que não foi ver o espetáculo por causa da temática.

O candomblé – assim como outras manifestações, expressões e formas de exercício do legado africano – é um elemento usado na divulgação da identidade e cultura baiana. Há um retorno social devido?
O que é um retorno social devido? Se você fala do ponto de vista do uso da temática do candomblé na construção do espetáculo, acho que realizar o espetáculo sobre essa temática e, além disso, apresentar o espetáculo no interior das comunidades de axé é um grande retorno social devido. Agora, se você se refere ao uso indiscriminado da herança cultural afro-brasileira pelas mídias e pelas instituições que divulgam esse ideal de africanidade turística, que vende a imagem da Bahia dentro e fora do Brasil, não há retorno social devido, há uma grande exploração dessa herança, apropriação e deturpação que gera riqueza e que a comunidade negra de candomblé não vê nem de longe. A Bahia e, por consequência, o Brasil têm uma dívida enorme com as culturas negra e indígena no que tange ao seu espaço na construção da autoimagem do povo brasileiro. A impossibilidade de uma legitimidade efetiva, a brutalidade institucional e a deturpação religiosa são entraves que impedem o povo brasileiro se ver por inteiro e de construir um espaço democrático de fato.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012




Espetáculo “Siré Obá - A Festa do Rei” faz 
2 apresentações em Salvador na grade do FIAC
A montagem acontece dia 06, na Arena do SESC-SENAC Pelourinho, 
e dia 07, no Centro Cultural Alagados





Marcado por apresentações que emocionam o público, está de volta a Salvador o espetáculo Siré Obá - A Festa de Rei. Compondo a programação do FIAC (Festival Internacional de Artes Cênicas - Bahia), fará apenas 2 sessões, sendo uma gratuita: no dia 6 de outubro, às 19h, na Arena do SESC-SENAC Pelourinho, com ingresoss a R$12 (inteira) e dia 7, 19h, no Centro Cultural Alagados, em Salvador, com entrada franca, sujeita à lotação do espaço.

Trata-se de uma celebração às divindades africanas. Inspirada nos orikis (poesia em exaltação aos orixás), o NATA - Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas usa teatro, dança afro, música e poesia para mostrar a beleza e a filosofia do culto aos orixás, com o objetivo de desmitificar preconceitos e combater a intolerância religiosa. Unindo religião e arte, a peça segue a sequência das músicas cantadas e tocadas para os orixás nos rituais do candomblé, celebrando, junto com espectador, os feitos dessas divindades.


O Grupo
O Nata – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro - foi fundado em 1998, na cidade de Alagoinhas (Bahia), e vem realizando espetáculos e atividades culturais que discutem, divulgam e valorizam a cultura afrodescendente. Seus projetos possuem como eixo norteador a história, cultura e religiosidade e têm como objetivo a desmitificação de preconceitos que povoam histórica e culturalmente o imaginário coletivo da sociedade, resultado de um processo de colonização e racismo. A direção artística do NATA é de Fernanda Júlia Barbosa, graduada em Direção pela Escola de Teatro da Ufba, pesquisadora da cultura afro-brasileira com foco no candomblé. Entre os espetáculos do Nata destacam-se: Senzalas, A Eleição, Ogum - Deus e Homem e Pavio Curto.



Serviço:
Apresentações do espetáculo teatral Siré Obá - A Festa do Rei durante o FIAC

Dia 06 de outubro, às 19h
Arena do SESC-SENAC Pelourinho [Praça José de Alencar, 19, Centro Histórico. Telefone: 3324-4520]
Capacidade: 200 lugares
Quanto: R$12 (inteira) e R$6 (meia)

Dia 07 de outubro, às 19h
Centro Cultural Alagados [Rua Direita do Uruguai - Uruguai Telefone: (71) 3117 6517]
Capacidade: 150 lugares
Entrada franca (sujeita à lotação do espaço)

Duração: 1 hora

Breve Ficha Técnica:
Texto  e concepção: Fernanda Júlia e Thiago Romero
Direção: Fernanda Júlia
Elenco:  Daniel Arcades, Fabíola Júlia, Fernando Santana, Marcelo Oliveira, a ialorixá Roselina Barbosa, Thiago Romero.
Músicos: Cosme Lucian, Deilton José, Sanara Rocha e Thiago Romero
Trilha sonora: Jarbas Bittencourt
Desenho de luz: Fernanda Paquelet e Nando Zâmbia
Cenografia e figurino: Thiago Romero
Coreografia: Marilza Oliveira
Produção: Kalik Produções Artísticas (Susan Kalik)
Sugestão de entrevista: diretora Fernanda Júlia


Atendimento à imprensa:
Aleksandra Pinheiro + 55 71 9121-5359 | alepinheiro@comunikapress.com.br
Jamile Amine +55 71 9993-5504 | jamile.amine@comunikapress.com.br
COMUNIKA PRESS +55 71 3497-5000

quarta-feira, 7 de março de 2012

Nos braços de Dandalunda!!!



Emocionante, arrepiante, foi a apresentação do Siré Obá no Terreiro Mokambo.

Dandalunda (divindade banto, senhora das águas e da riqueza) nos acariciou e nos recebeu.

O povo do Terreiro Mokambo preparou um banquete para nos receber, com direito a acarajé, abará, vatapá e bolinho de estudante.

Festa! Festejamos juntos o teatro e o candomblé, a arte e a fé.

Fomos recebidos com um carinho de filhos da casa e o Táta Anselmo muito atencioso e paciente encantava toda a equipe não só com o cuidado com que o Terreiro Mokambo é zelado como com o Memorial Kiesimbie, onde está resguardada a memória dessa comunidade e da ancestralidade de Pai Anselmo.

Foi um prazer, queremos muito voltar e fazer mais e mais, conversar, teatralizar e nos embevecer da nossa beleza e riqueza ancestral.

Minha bênção a Dandalunda, ao Táta Anselmo, ao Terreio Mokambo e todos os Inkisses que lá habitam.

Axé!!!

NATA (Núcleo Afro brasileiro de Teatro de Alagoinhas)

domingo, 4 de março de 2012

Espetáculo Siré Obá: A festa do Rei será apresentado em Comunidades de Santo de Salvador, no mês de março
Apresentações integram o projeto Oná Ilú Ayê, Saindo para os Caminhos do Mundo, que levará o espetáculo também à abertura da 2ª Mostra Universitária Salvador de Teatro (MUST)


foto: Susan Kalik | Divulgação


Depois de levar o ambiente do terreiro de Candomblé para o teatro, a Cia Nata faz o caminho inverso no projeto Oná Ilú Ayê, Saindo para os Caminhos do Mundo, apresentando o espetáculo Siré Obá: A festa do Rei em quatro Comunidades de Santo de Salvador. O público poderá conferir as apresentações nos dias 4, 11, 18 e 25 de março nos Terreiros. No dia 13 de março, também como parte do projeto, o espetáculo será exibido na abertura da Mostra Universitária Salvador de Teatro (MUST) Ano 2.

O projeto, que tem o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia, através da Demanda Espontânea, além das apresentações de Siré Obá em março, realiza em abril uma oficina, o 3º Forum NATA de Africanidade (IPADÊ) e a exibição do documentário OGUM.DOC. Em maio, faz a temporada de Ogum, Deus e Homem no Teatro Vila Velha e, em Junho, apresenta este espetáculo no Centro Cultural de Alagoinhas.


Sinopse
Através do teatro, música, poesia e dança afro, o espetáculo dirigido por Fernanda Júlia, remonta uma celebração do candomblé e pretende mostrar a beleza e a filosofia do culto aos Orixás, desmitificando preconceitos e combatendo a intolerância religiosa. Nesse espetáculo-festa os espectadores são convidados a celebrar a grandeza e feitos das divindades africanas que compõem o universo Yorubá.

Baseados na pesquisa cênica de “ativação do movimento ancestral”, o espetáculo foi construído através do teatro físico-ritual e homenageia essas divindades e todas as Comunidades de Santo que mantiveram viva essa herança.

  
Serviço
SIRÉ – OBA, A FESTA DO REI
Domingos de março -  dias, 4, 11, 18 e 25 de março - Temporada em 04 Comunidades de Santo - Contato: Kalik Produções / Susan Kalik - (71) 3023-4104 / 8760-6074
Ingresso: Grátis

04/03 - Terreiro Mokambo - Táta Anselmo José - 17h
Local de apresentação: Barracão
Trobogi - Rua Heide Carneiro, 89, Vila 2 de Julho
Contato: (71) 9181 2719 / 3360 6668

11/03 - Abassá de Ogum - Yá  Jaciara Ribeiro - 17h
Local de apresentação: Barracão
Itapuã -  Travessa Luiz Vianna Filho, nº17, Nova Brasília
Contato: Mãe Jaciara - 3375 3852/8804 4528 / 3285 1769

18/03 - Ilê Oxumarê - Babá Pecê de Oxumarê - 14h
Local de apresentação: Pátio o Oxumarê
Avenida Vasco da Gama, 343
Contato: Diogo ou Gabriela - 3331 0922 / 3237 2859

25/03 - Gantois - Yá Carmem - 17h
Local de apresentação: Barracão
Federação - Alto do Gantois, 33
Contato: (71) 812 9416 / 3331 9231


Abertura da Mostra Universitária Salvador de Teatro (MUST) Ano2
13 de Março, terça, 18h
Ingresso: Grátis
Pátio da Escola de Teatro da UFBA
Rua Araújo Pinho 292- Canela - Salvador-BA-CEP:40110-060 - Teatro Martim Gonçalves
Contato: Kalik Produções / Susan Kalik - (71) 3023-4104 / 8760-6074

  
Informações à imprensa:
COMUNIKA PRESS (71) 3497-5000
Aleksandra Pinheiro | alepinheiro@comunikapress.com.br (71) 9121-5359
Jamile Amine | jamile.amine@comunikapress.com.br (71) 9993-5504

sábado, 3 de março de 2012

AGÔ DIDÊ MADAGÔ!!!!! NATA APRESENTA SIRÉ OBÁ NO TERREIRO MOKAMBO

(foto:Thalita Andrade)
(foto:Susan Kalik)

O NATA tem a honra de apresentar o Siré Obá num dos maiores preservadores da cultura banto no Brasil o Terreiro Mokambo do Táta Anselmo José.

Conheçam um pouco mais da história do Terreiro Mokambo.

O Terreiro Mokambo foi fundado em 18 de janeiro de 1996, na Rua Heide Carneiro nº 89, no Loteamento Vila Dois de Julho/Paralela, pelo titular do Terreiro o Taata Anselmo Santos, sob a orientação do seu Taata Kamukengue, o Taata Pokó Gervásio da Silva (Pai Zequinha) filho de Oxum confirmado para Nanã e que passou sua vida servindo ao Nkisi Mutalombô de Altanira Maria Conceição Souza (Mãe Mirinha de Portão).

Este Loteamento faz parte de um desmembramento de terras oriundas de uma antiga fazenda chamada “FAZENDA MOKAMBO” e o caminho para se chegar ao Loteamento chama-se Rua do Mocambo Ilhado.

O nome MOKAMBO é oriundo da língua Kikoongo falada nos Candomblés de Angola/Congo remanescentes da cultura Bantu.

Quando o Candomblé foi instalado ali não se sabia, ainda, da possibilidade que existe desta área ter sido um Quilombo no passado, o que estamos pesquisando e em caso afirmativo solicitaremos a Certificação junto a Fundação Cultural Palmares.

O nome MOKAMBO significa palafita, casa de pau a pique ou cumeeira e as casas que compunham os antigos Quilombos eram chamadas de Mokambos numa forma mais próxima ao Português em Kikoongo “MUKAMBUS”.

O nome religioso do Terreiro é ‘ONZÓ NGUZO ZA NKISI DANDALUNDA YE TEMPO’ que significa Casa da Força Espiritual das Divindades Dandalunda e Tempo, isto por quê o titular do terreiro Taata Anselmo Santos (Minatojy) foi iniciado para estes Bakisi.

O Terreiro é remanescente do Terreiro São Jorge Filho da Goméia quando era dirigido pela saudosa Mameto dya Nkisi Altanira Maria Conceição Souza (Mãe Mirinha de Portão) que por sua vez era filha de João Alves Torres Filho (Joãozinho da Goméia) que era filho de Manuel Severiano de Abreu (Jubiabá). Desta forma fica definida a linhagem étnica de nossa Raiz religiosa, entretanto existem muitos pontos obscuros em nossa história devido a falta de subsídios para pesquisa e existem também muitas versões distorcidas de diversos fatos importantes para a manutenção de nossa tradição. Aquilo que segue descrito nestas páginas certamente é o mais próximo da verdade dos fatos que conseguimos chegar e que certamente terá num futuropróximo mais pesquisas.

Como todos nós sabemos, a Religião do Candomblé é comunitária por excelência e todas as atividades desenvolvidas num Terreiro são voltadas para melhorar a qualidade de vida e a auto estima de seus seguidores.

Com o aumento significativo da distância que separa as classes sociais, onde o pobre fica cada dia mais pobre e como os Terreiros de Candomblé em sua grande maioria são localizados nas periferias das cidades, podemos ver mais de perto a necessidade do nosso povo e aí entra a grandeza dos ensinamentos de nossa religião.

Uma das regras fundamentais para se viver em comunidade pregada pelo Candomblé é não esquecer jamais que o OUTRO não é seu inimigo ele é apenas diferente e como tal merece respeito para que se desenvolva uma relação respeitosa de ambas as partes,logo os Terreiros de Candomblé funcionam como um excelente ponto de apoio social para diferentes pessoas acometidas de necessidades diversas, pessoas de cores diversas, de segmentos religiosos diversos, de opções de vida sexual diversas e que encontram no Candomblé um porto seguro para suas angústias.

Não somos uma religião de conversão, antes de tudo aprendemos a amar o ser humano e a natureza como parte de nossa vida, logo para beneficiar alguém não é necessário que esta pessoa seja adepto do Candomblé, basta ter acesso as nossas casas.

Os seguidores do candomblé tem uma forma muito especial de saber que faze parte daquela Comunidade Religiosa. Sua identificação é espiritual, é mágica, não são algumas palavras ditas com mais frequência que poderá definir a religiosidade de um escolhido pelo Nkisi.

Para podermos atender a tanta gente que bate a nossa porta precisamos transcender a religiosidade e criar mecanismos de captação de recursos, desenvolvimentos de projetos e outras atividades que venham a contribuir para o crescimento de nossa comunidade.

Desta necessidade surge a ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE PENA DOURADA, entidade sem fins lucrativos que foi criada para representar o Terreiro Mokambo civilmente junto aos organismos governamentais e não governamentais, captando recursos para o crescimento social de nossa comunidade.

(TÁTA ANSELMO JOSÉ )

O quê: Siré Obá “A festa do Rei”

Onde: Terreiro Mokambo

Quando: 04/03/12

Horário: as 17h

Quanto: Gratuito

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

AGÔ! DIDÊ MADAGÔ!!!!!!


Neste ano de 2012 a Cia de Teatro Nata a fim de aprofundar seu discurso estético e político passará a chamar-se NATA - Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas acreditando ainda mais no teatro de grupo, na arte negra e do interior.

Invocando a força de Exú o NATA pede Agô! (licença em yorubá) a todos os Orixás e ancestrais para realizar o projeto NATA Oná Ilú Ayê “Saindo para os caminhos do mundo” aprovado pelo Fundo de Cultura do Estado da Bahia apresentando o espetáculo Siré Obá “A festa do Rei” em quatro Comunidades de Axé de Salvador, além da remontagem do espetáculo Ogum “Deus e Homem”.

Nas últimas semanas de janeiro a diretora do NATA Fernanda Júlia visitou quatro Terreiros de Candomblé de Salvador foram eles: Terreiro Mokambo do Tatá Anselmo, Ylê Axé Abassá de Ogum da Yalorixá Jaciara Ribeiro, Ylê Axé Oxumarê do Babá Pecê de Oxumarê e Gantois da Yalorixá Carmem, estas casas de candomblé aceitaram receber uma apresentação do Siré Obá em suas dependências.

É o povo de Candomblé abrindo as portas e os braços para receber o Teatro!!!!!!

Para nós do NATA é uma honra inenarrável poder realizar esse encontro entre o Candomblé e o Teatro nas Comunidades de Axé, é uma forma de renovarmos o espetáculo, de levar o teatro para o interior do terreiro, ouvir a comunidade, de fazer com que essas pessoas se vejam e sejam vistas, que vejam as histórias do povo negro e suas divindades representadas num processo saudável de troca e valorização.

O NATA pede a bênção aos mais velhos, e convoca toda a Comunidade de Axé para celebrar. O espetáculo Siré Obá “A festa do Rei” foi feito para o povo de axé, com o povo de axé e pelo povo de axé, dessa forma essas quatro apresentações coroam a história de um espetáculo e de um grupo de artistas que escolheram a sua ancestralidade negra como ponto de partida e inspiração para a sua arte. A arte imita a vida e constrói o arcabouço simbólico de uma sociedade, o NATA faz história, aumenta seu axé e procura estreitar a cada dia seu diálogo com o Candomblé e as Comunidade de Axé. As apresentações acontecerão aos domingos do mês de março sendo gratuitas e abertas para a comunidade.

Retratar a história dos Orixás através da poesia dos Orikis, das cantigas de axé, da memória afetiva, da dança, do cheiro da folha e da água com cheiro de alfazema que invoca a presença do Orixá e celebrando junto a eles a vida e a força do povo de Candomblé desse país é um momento muito especial e acalentado por toda a equipe.

Um dos objetivos do NATA é poder realizar mais e mais apresentações nas Comunidades de Axé e também estimulá-las a irem ao Teatro num profícuo processo de intercâmbio cultural e artístico. Realizar o Ajô, ou seja, a reunião, a celebração, a festa, este é o maior objetivo do NATA reunir o povo de Candomblé e o povo de teatro, o Teatro e o Candomblé para ocuparem os espaços de poder, os espaços midiáticos onde o povo negro ainda não se vê representado.

Esta é a primeira etapa do projeto NATA Oná Ilú Ayê que prevê ainda outras ações que estão sendo programadas e dentre em breve serão divulgadas.

Agradecemos a toda a equipe, ao Teatro Vila Velha, a Fundação Cultural e o Fundo de Cultura do Estado da Bahia, a todos os apoiadores, a Kalik Produções, e especialmente a todas as Comunidades de Axé que fazem parte deste projeto Terreiro Mokambo, Terreiro Abassá de Ogum, Ylê axé Oxumarê, Terreiro do Gantois.

Esperamos todos lá para fazermos esse Siré!

Laroyê! Axé para todos

Fernanda Júlia

Diretora do NATA